Monday 5 January 2009

PERSONAGENS (I)





O "MINION"


(1)
Estava eu muito bem descansada no meu kubiko do Kinaxixi, quando me batem a porta. Era ele, com a filha. Vinha da casa da estranged wife, ali a dois passos, e dizia que procurava um pouco de paz... Arranjei-lhes um lugar confortavel para dormir na sala, ate’ que ele se sentiu suficientemente “pacificado” para ir a sua vida… Para meu supremo choque, boquiabertismo e asco, com base nesse episodio, ouvi-o uma vez dizer, ja’ nao sei a que proposito: “eu so’ nao fui para a cama contigo porque nao quis!”… Creio que, na altura, fiquei simplesmente sem palavras! Sobretudo porque o conheci como "amigo" deste personagem!...

(2)
Estava eu a preparar-me para o teste de Economia do Desenvolvimento (ED) que teria na semana seguinte (… nao podia simplesmente deixar os meus creditos por maos alheias – afinal eu era a melhor aluna do ano naquela cadeira, a tal onde se estuda(va) "macroeconomia a prova de balas", o que quer que isso seja...), quando ouco tocar a campanhia da minha casa em Lisboa. Vou abrir. Era ele, acompanhado da filha. Deixei-os entrar. Dizia que, “sendo eu a unica pessoa amiga que tinha, vinha pedir-me asilo para os dois porque ja’ nao aguentava aquela francesa…”.

Deixei-os entrar. Depois de o ouvir mais um pouco, disse-lhe terminantemente: “desculpa, mas vou levar-te a casa”. Coloquei a filha a dormir no quarto do meu filho, que tambem ja’ estava a dormir aquela hora avancada da noite, chamei um taxi (que paguei) e fui acompanha-lo ate’ a porta de casa. A francesa ouviu tocar, veio a porta, mas antes de a abrir perguntou quem era, ao que ele respondeu apenas por si. Ela: “tu viens pour me battre?!”. Eu retorqui por mim: “nao, eu estou aqui com ele”… Ela abriu, ele entrou, eu voltei para a minha casa. Mas ja’ nao consegui estudar naquela noite.
A filha foi retornada a casa no dia seguinte.
O teste de ED? Correu bem, gracas a Deus!
(Nao que ele me tivesse perguntado...)



(3)
Anos mais tarde, numa outra casa minha em Lisboa, ela bate-me a porta. Recebo-a com a maior das simpatias e afabilidades – afinal ele tinha-me confidenciado que ela tinha feito de mim os maiores elogios: “que eu era uma das mulheres que ela mais respeitava… que dentre todos os angolanos que tinha recebido em sua casa em Paris eu era a mais autentica”… Mas, a paginas tantas, ela comeca a rodear pela casa e, ao dar-se conta que havia uma outra entrada/saida pelo quintal, diz que “isto e’ optimo para deixar fugir amantes”… Coisa que nunca sequer me passara pela cabeca! Obviamente, tinha vindo apenas a procura do seu amavel mari, que por sinal eu ja’ nao via ha’ muito tempo… e que jamais tinha sido “meu amante”!
Fiquei, tambem dessa vez, sem palavras, mas continuei amavel ate' que ela se despediu e saiu... pela porta do quintal.

(4)
Alguns anos depois, ele aparece-me na mesma casa em Lisboa. Desta vez nao vinha com a filha, que creio ja’ se encontrava de volta a Luanda na altura. Vinha de Paris e dizia que tinha deixado a francesa com esta frase: “vou para casa das mulheres que te fazem mais ciumes: a CM em Paris e a (eu) em Lisboa!”… Nao foi exactamente a frase que me chocou, mas a realizacao de que nem sequer lhe passava pela cabeca (e se passava, ele estava-se pura e simplesmente nas tintas!) o quanto era ofensivo para mim saber-me usada para chantagens emocionais em conflitos domesticos com os quais nada tinha, nem nunca tive, ou quis ter, a haver…



Mas, mais uma vez, faltaram-me as palavras para expressar o ultraje. Nao o deixei, no entanto, ficar muito tempo. E, apesar de, enquanto la’ esteve, as vezes desfilar a minha frente de forma pateticamente provocadora de peito nu, nunca fui para a cama com ele! Nunca me atraiu a esse ponto, nunca foi um dos muito poucos a quem dei esse privilegio durante toda a minha vida… gracas a Deus!

E, ja' agora, aproveito para deixar aqui registado que nessa categoria se encontram todos os individuos a quem aqui me referi, por uma razao ou por outra, em algumas das notas de rodape' a serie "Ecos da Imprensa Angolana" - grande parte das quais decidi retirar para evitar mais mal-entendidos...

(5)
Mais recentemente, regressou a Luanda e, entre outras coisas, virou ‘colunista’ com ares mui afectados de Paris… Em pouco tempo, deu para ver que continua pateticamente hipocrita, machista, ridiculo, piquinininho, mesquinho, complexado, recalcado, intriguista, difamador, fantasista, pervertido, depravado e… a delirar com a ideia de que eu alguma vez possa ter sido uma mulher ao seu alcance. Mas a realidade, obviamente, acaba sempre por bater-lhe a porta e, frustrado com o esvair-se do seu sonho gravido de mentiras, vira cao raivoso que morde a mao que tantas vezes o amparou… seguindo os principios que os meus ancestrais me ensinaram, como mae, por pena da filha dele, de cuja mae era bastante amiga, apenas por isso.

Pois essa mao decidiu agora, ainda que apenas em pequenos e parciais snapshots como estes, enfiar-lhe um pouco da verdade pelos olhos adentro – a ver se eles nunca mais voltam a perde-la de vista!




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A "Minha Amiga"





O "MINION"


(1)
Estava eu muito bem descansada no meu kubiko do Kinaxixi, quando me batem a porta. Era ele, com a filha. Vinha da casa da estranged wife, ali a dois passos, e dizia que procurava um pouco de paz... Arranjei-lhes um lugar confortavel para dormir na sala, ate’ que ele se sentiu suficientemente “pacificado” para ir a sua vida… Para meu supremo choque, boquiabertismo e asco, com base nesse episodio, ouvi-o uma vez dizer, ja’ nao sei a que proposito: “eu so’ nao fui para a cama contigo porque nao quis!”… Creio que, na altura, fiquei simplesmente sem palavras! Sobretudo porque o conheci como "amigo" deste personagem!...

(2)
Estava eu a preparar-me para o teste de Economia do Desenvolvimento (ED) que teria na semana seguinte (… nao podia simplesmente deixar os meus creditos por maos alheias – afinal eu era a melhor aluna do ano naquela cadeira, a tal onde se estuda(va) "macroeconomia a prova de balas", o que quer que isso seja...), quando ouco tocar a campanhia da minha casa em Lisboa. Vou abrir. Era ele, acompanhado da filha. Deixei-os entrar. Dizia que, “sendo eu a unica pessoa amiga que tinha, vinha pedir-me asilo para os dois porque ja’ nao aguentava aquela francesa…”.

Deixei-os entrar. Depois de o ouvir mais um pouco, disse-lhe terminantemente: “desculpa, mas vou levar-te a casa”. Coloquei a filha a dormir no quarto do meu filho, que tambem ja’ estava a dormir aquela hora avancada da noite, chamei um taxi (que paguei) e fui acompanha-lo ate’ a porta de casa. A francesa ouviu tocar, veio a porta, mas antes de a abrir perguntou quem era, ao que ele respondeu apenas por si. Ela: “tu viens pour me battre?!”. Eu retorqui por mim: “nao, eu estou aqui com ele”… Ela abriu, ele entrou, eu voltei para a minha casa. Mas ja’ nao consegui estudar naquela noite.
A filha foi retornada a casa no dia seguinte.
O teste de ED? Correu bem, gracas a Deus!
(Nao que ele me tivesse perguntado...)



(3)
Anos mais tarde, numa outra casa minha em Lisboa, ela bate-me a porta. Recebo-a com a maior das simpatias e afabilidades – afinal ele tinha-me confidenciado que ela tinha feito de mim os maiores elogios: “que eu era uma das mulheres que ela mais respeitava… que dentre todos os angolanos que tinha recebido em sua casa em Paris eu era a mais autentica”… Mas, a paginas tantas, ela comeca a rodear pela casa e, ao dar-se conta que havia uma outra entrada/saida pelo quintal, diz que “isto e’ optimo para deixar fugir amantes”… Coisa que nunca sequer me passara pela cabeca! Obviamente, tinha vindo apenas a procura do seu amavel mari, que por sinal eu ja’ nao via ha’ muito tempo… e que jamais tinha sido “meu amante”!
Fiquei, tambem dessa vez, sem palavras, mas continuei amavel ate' que ela se despediu e saiu... pela porta do quintal.

(4)
Alguns anos depois, ele aparece-me na mesma casa em Lisboa. Desta vez nao vinha com a filha, que creio ja’ se encontrava de volta a Luanda na altura. Vinha de Paris e dizia que tinha deixado a francesa com esta frase: “vou para casa das mulheres que te fazem mais ciumes: a CM em Paris e a (eu) em Lisboa!”… Nao foi exactamente a frase que me chocou, mas a realizacao de que nem sequer lhe passava pela cabeca (e se passava, ele estava-se pura e simplesmente nas tintas!) o quanto era ofensivo para mim saber-me usada para chantagens emocionais em conflitos domesticos com os quais nada tinha, nem nunca tive, ou quis ter, a haver…



Mas, mais uma vez, faltaram-me as palavras para expressar o ultraje. Nao o deixei, no entanto, ficar muito tempo. E, apesar de, enquanto la’ esteve, as vezes desfilar a minha frente de forma pateticamente provocadora de peito nu, nunca fui para a cama com ele! Nunca me atraiu a esse ponto, nunca foi um dos muito poucos a quem dei esse privilegio durante toda a minha vida… gracas a Deus!

E, ja' agora, aproveito para deixar aqui registado que nessa categoria se encontram todos os individuos a quem aqui me referi, por uma razao ou por outra, em algumas das notas de rodape' a serie "Ecos da Imprensa Angolana" - grande parte das quais decidi retirar para evitar mais mal-entendidos...

(5)
Mais recentemente, regressou a Luanda e, entre outras coisas, virou ‘colunista’ com ares mui afectados de Paris… Em pouco tempo, deu para ver que continua pateticamente hipocrita, machista, ridiculo, piquinininho, mesquinho, complexado, recalcado, intriguista, difamador, fantasista, pervertido, depravado e… a delirar com a ideia de que eu alguma vez possa ter sido uma mulher ao seu alcance. Mas a realidade, obviamente, acaba sempre por bater-lhe a porta e, frustrado com o esvair-se do seu sonho gravido de mentiras, vira cao raivoso que morde a mao que tantas vezes o amparou… seguindo os principios que os meus ancestrais me ensinaram, como mae, por pena da filha dele, de cuja mae era bastante amiga, apenas por isso.

Pois essa mao decidiu agora, ainda que apenas em pequenos e parciais snapshots como estes, enfiar-lhe um pouco da verdade pelos olhos adentro – a ver se eles nunca mais voltam a perde-la de vista!




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A "Minha Amiga"

4 comments:

Raquel Sabino Pereira said...

A ingratidão é só uma das muitas facetas da maldade humana.

Andamos muitos de nós «em silêncio afogando magoas»... Obrigada por partilhar connosco. Aprende-se muito sobre a condição (des)humana!!! E faz bem!!!

Koluki said...

Obrigada SG.
Faz bem saber que o nosso grito, ainda que abafado, e' ouvido por uma alma humana!
Abraco.

LMLisbon said...

Eu também te ouço querida amiga....às vezes mal mas ouço...
obrigado pelos reminders...mas o que quero mesmo é só estar lá..sentir..viver o momento..provavelmente num frio de rachar...CORAGEM AÍ!
Bjs,
L

Koluki said...

Ah... Afinal sempre estas vivo, Luis. Estava a ficar preocupada.
Quanto aos reminders e' para te lembrares deles e te arrependeres por nao os teres usado quando estiveres la' a rapar frio!
Obrigada pelos votos de coragem, que bem preciso neste momento.